quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mais efeitos da crise

Ontem a Boeing aprensentou os seus resultados do terceiro trimestre, onde sofreu perdas de cerca de mil milhões de euros (tinha perdido 400 milhões no 3º trimestre de 2008) superiores ás previstas. Uma parte significativa destas perdas devem-se a atrasos e problemas no desenvolvimento do seu novo modelo o 787 Dreamliner.
Ese novo modelo virá revolucionar a aviação comercial nos próximos anos, uma revolução provavelmente bem maior do que a prometida (mas ainda por concretizar) pelo A-380 da Airbus. O Dreamliner srá um avião completamente inovador ao nível dos processos de produção, dos materiais utilizaos, materiais compósitos que eliminarão uma grande parte dos "rebites" normalmente utilizados na fuselagem permitindo desta forma uma eficiência aerodinâmica nunca vista em aviões comerciais. Esta inovação, juntamente com a aplicação de motores de última geração, irá permitir uma redução muito significativa no consumo de combustivel, e consequentemente nas emições de CO2.
Como se sabe, quer a Boeing, quer a Airbus estão impedidas de serem subsidiadas pelos governos Americanos e Europeus respectivamente. Apesar de estas subsidiações continuarem a existir de forma camuflada, em ambas as empresas, e de a Airbus "receber" mais subsidios do que a Boeing, o facto é que esses subsidios não são permitidos.

Na Europa, e em Portugal em particular tem-se assistido nos últimos anos a uma subsidiação maciva das chamadas energias renováveis como forma, não só de reanimar a economia e diminuir a nossa dependência energética, mas também como uma forma de combater o aquecimento global.
Em contrapartida assistimos a uma empresa cuja inovação incessante tem permitido um desenvovimento absolutamente extraordinário da industria aeronautica, com todas as implicações que acarreta, mas que de acordo com as leis da concorrência está , e bem, impedida de ser subsidiada na sua actividade.
Se o 787 conseguir alcançar metade das performances anunciadas, irá de certeza, a longo prazo, contribuir muitíssimo mais na luta contra o aquecimento global do que muitos parques aeolicos que continuam, e bem, a proliferar como cogumelos. Isto á custa da iniciativa e arrojo de uma empresa privada, nascida (ao contrário da airbus) no pulsar da sociedade civil americana e que continua a dar cartas a nível global, não estando (nem pode) á merçê dos subsidios governamentais.
A meu ver isto é um grande exemplo do que a sociedade civil, ou para não ter receio das palavras e fugir ao politicamente correcto, a iniciativa privada consegue alcançar sem precisar dos governos, que nestas coisas, muitas vezes, muito ajudariam se não atrapalhassem.

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